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Agora muitas concessionárias oferecem um serviço chamado “test drive”. Pelo que eu sei, este serviço permite que um potencial comprador de carro experimente em ação o modelo de sua preferência. Dirija por algum tempo, com um funcionário da concessionária por perto, que pode sugerir algo, avisar, falar sobre algumas capacidades ocultas do aparelho. Assim, ao escolher um carro, você pode ir a diferentes showrooms e tentar “dirigir” carros diferentes. E esta é uma ótima oportunidade para determinar se um determinado modelo ou marca é adequado para você antes de fazer uma compra cara. O que quero dizer é que muitos de nós podemos pensar que o mesmo test drive pode ser feito com os relacionamentos, com a vida, com nós mesmos, no final das contas não dá para tentar a vida e escolher outra, não dá para começar um relacionamento e depois. sair do carro e dizer - vou experimentar outro modelo, esquecendo o anterior e deixando-o nas mãos dos gerentes do salão, que o oferecerão a outros potenciais compradores. Ou seja, claro, você pode experimentar, olhar mais de perto, conhecer, se comunicar, mas mesmo isso já é construir relacionamentos, isso já faz parte da sua vida. E é impossível retirá-lo ou retornar ao ponto de partida. Podemos e vamos esquecer, fingir que “isto” não aconteceu, esconder esta ou aquela pessoa ou relacionamento nos cantos mais distantes da nossa memória, tentando não lembrar o modelo e a configuração, ficaremos ansiosos pelo lançamento de um novo, versão melhorada, economize dinheiro, faça empréstimos e viva enquanto espera pelos seus sonhos. Deixemo-nos levar pela publicidade em que “aquele mesmo” carro corre, superando todos os obstáculos, que é “criado para a vida”, que lhe permitirá “conduzir os seus sonhos”, etc. Eu gostaria de evitar essas frases maravilhosas, mas já banais e, portanto, irritantemente percebidas, como “Viva o hoje” ou “Faça hoje o que você quer fazer, porque o amanhã pode não existir”. Só quero dizer que a vida não é um test drive. Não existe tal função no “showroom de automóveis” da vida. Cada um de nós fará o que ele mesmo considera necessário e adequado para ele em um momento ou outro - isso é indiscutível. Mas você deve admitir que mesmo levar um carro para um test drive por meia hora e dirigi-lo por cinco anos, determinando e escolhendo se é o carro certo, é demais até para o salão “mais bacana”. :) E ainda - vamos lembrar que a vida não é um test drive.