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Do autor: Recentemente me perguntaram: “Como faço para entender que preciso de psicoterapia?” A resposta não demorou a chegar. Lembrei-me de uma história gráfica. Estou compartilhando com o consentimento da heroína, a cliente. As pessoas recorrem à terapia pessoal por diversos motivos. Algumas pessoas querem entender a melhor forma de agir, tomar uma decisão importante, compreender a si mesmas, mudar suas atitudes internas e traços de caráter. Outros procuram ajuda e apoio num estado de crise, passando por um divórcio ou pela perda de um ente querido. Mas acontece que a dor dos anos passados, acontecimentos distantes e há muito esquecidos aparecem do nada e abrem feridas mentais, voltando continuamente para onde ainda dói. A história de Olga, 39 anos “Sou fã das obras de Irvin Yalom. Todas as férias, onde quer que eu passe, levo o livro dele comigo. Ler histórias escritas por I. Yalom me dá um grande prazer. Hoje estou lendo uma história pequena, mas muito forte e difícil, “Viagem com Hola”, por algum motivo difícil para mim. Esta história, como nenhuma outra das muitas que li, evocou uma resposta emocional estranha e ambígua. A descrição da vida, a luta contra a morte, ou não, não a luta, mas a aceitação da minha doença fatal e da morte inevitável de. a personagem principal Paula, me causou confusão, dor, uma tempestade de emoções. O que é isso? Por que isso me machuca tanto? Eu leio as linhas da história, os pensamentos de Irwin, e entre as linhas meu cérebro, minha imaginação desenha imagens. Eu, mergulhando no abismo da dor, do desespero, da desesperança e do arrependimento, escorrem lágrimas quentes dos meus olhos cobertos por óculos escuros. Secretamente daqueles ao meu redor, enxugo minhas lágrimas. As emoções tomam conta de mim como uma onda. O que é isso? Compaixão, empatia por aqueles que estão presos por uma doença terrível e impiedosa. Uma doença que não tem idade, sexo e não se limita ao dano a um órgão. Doenças com o terrível nome de “câncer” em estágio terminal incurável? Ou é admiração por pessoas, psicólogos que se esforçam para apoiar, ajudar, estar perto daqueles de quem amigos e entes queridos se afastaram, não querendo entrar em contato com a dor, aproximar-se da morte, olhar nos olhos de uma vida que se desvanece, estar com aqueles que os médicos abandonaram? Eu poderia, encontraria forças para ser útil e não me esgotar ao lado de alguém que está condenado? Não há resposta, apenas tormento mental, confusão de pensamentos, sentimentos e uma melancolia premente e dolorosa emergem em minha memória. Os rostos de quem não está mais no mundo dos vivos: querido sogro, madrinha, amigo, tio materno, vizinhos dos pais, e outrora meus vizinhos, o casal Irina e Boris. Todos foram engolidos por uma escuridão fria e de arrepiar o coração. A doença irrompeu impiedosamente em suas vidas e os condenou ao sofrimento excruciante, à dor, ao desespero e à decepção, ao medo pelos que os rodeiam, à incapacidade de estar com aqueles que você ama mais do que a própria vida. subir ou se formar na escola, no instituto, você não poderá abraçar, apertar contra o peito nos momentos de tristeza, de adversidade, o medo por quem fica sem você te dá forças para viver, para viver apesar de tudo. Paula. Vejo a imagem desta mulher, com o corpo atormentado por doenças e intervenções cirúrgicas. Um sorriso lindo e largo, um espírito forte, um desejo de ajudar aqueles que, como ela, se encontram nas tenazes garras da morte, seu desejo e capacidade de ser uma mentora, uma guia, evocam um sentimento de profundo respeito e gratidão. Sabendo que existem pessoas como Paula no mundo, você entende que não vive, mas vive, deixando “para depois”, olhando a opinião dos outros, temendo o julgamento e o medo de fazer a história errada. é lido até o fim. Fecho o livro e coloco-o na espreguiçadeira ao meu lado. Uma lufada de ar marinho. Está tudo bem, mas por algum motivo dói e sinto um peso no peito. Inspire novamente, expire. Como se “automaticamente” eu me levanto da espreguiçadeira e vou para o mar. Sol quente, areia fofa e levemente amarelada range sob os pés. Entro em águas claras. Ondas atingiram o corpo. Eu vou passo a passo, afastando-me cada vez mais da praia e das pessoas para as profundezas do mar. Meu olhar recaiu sobre meu marido e minha filha nadando, mas passo, entro no silêncio, onde não há ninguém, onde o mar se funde com».