I'm not a robot

CAPTCHA

Privacy - Terms

reCAPTCHA v4
Link



















Original text

Você precisa se separar dos seus pais! - já é uma espécie de slogan do nosso tempo. Há tantas conversas sobre esse assunto. E provavelmente todo mundo já sabe o que é.⁣⁣Hoje olhamos esse conceito do ponto de vista da psicanálise.⁣⁣1️⃣Ao falar de separação, estamos falando do mundo mental. A separação ocorre precisamente na psique; é um processo principalmente inconsciente. Você pode ir tão longe quanto quiser, não se comunicar e não depender de seus pais, “perceber” algo até ficar com a cara azul, mas ainda assim encontrar figuras parentais em outras pessoas e expressar sua dor com elas. Ou seja, a separação de um adulto não se trata apenas e nem tanto de relacionamentos com pais reais. ⁣⁣2️⃣A separação é um processo a dois. Sempre. Não acontece que a “criança” não queira se separar, mas a mãe sim. Estamos, é claro, falando de desejo inconsciente. Não há nada mais complicado do que a relação entre mãe e filho, pois as histórias de separação sempre afetam ambos: não só a criança é desmamada, treinada para usar o penico e autocuidado, mas a mãe também é separada do corpo da criança. Você nunca ouvirá “Quero muito dar banho em uma criança de 10 anos e lavar seus órgãos genitais” ou “Quero muito dormir com meu filho”, você ouvirá algo como: “ele mesmo faz isso muito mal”, “ele simplesmente não consigo dormir sem mim." ⁣⁣3️⃣A separação envolve a subjetivação do filho, ou seja, exige o reconhecimento da sua diferença em relação à mãe, aos desejos e às demandas dela. Esta é a nossa eterna conversa sobre o fato de um filho ser uma pessoa separada e diferente, e não uma extensão dos pais. 4️⃣A separação ocorre através do trauma da perda. Aqui estamos falando, antes de tudo, da perda do corpo da mãe como “suporte”: primeiro a criança perde o seio, depois aprende a lidar de alguma forma com seu corpo: a controlá-lo, a habitá-lo. E aqui a posição materna é extremamente importante: a mãe trata o corpo do filho como seu próprio objeto (“Eu o alimento”, “fazemos cocô”, “tire as mãos rapidamente”) ou o corpo da criança pertence à criança? ⁣⁣5️⃣As palavras que uma pessoa ouve na infância determinam em grande parte sua subjetividade. As vozes de outras pessoas importantes eventualmente se tornam vozes interiores. Os pais sabem muito bem disso quando, ao se comunicarem com os filhos, de repente ouvem de si mesmos um tom e uma frase, literalmente do passado: “Fiquei com medo quando disse isso”. Com que palavras e como nos punimos - aqui.⁣⁣❓É possível falar em independência absoluta e separação total das figuras parentais? Não. Ao crescer, é claro, não precisamos mais ser carregados ou alimentados, mas de uma forma ou de outra todos lidamos com o olhar dos pais, que já se tornou o nosso olhar interior, com vozes interiores avaliadoras e instrutivas. As normas morais, a atitude para com os outros, a forma como nos vemos não são construções independentes de dentro, é sempre algo que vem dos outros e nas relações com os outros. Portanto, é um erro considerar a separação como um processo que pode ser levado a um nível consciente, ou completamente “trabalhado” através dele.⁣⁣❗️A separação das figuras parentais na psique é geralmente um efeito da psicanálise, e nunca um planejamento. e processo linear. Tipo, hoje a gente está trabalhando a separação com a mãe, e amanhã com o pai. Uma pessoa em análise falará sobre a pressão do olhar interior, a sensação da pressão insuportável da censura interna; outra - sobre o fato de encontrar constantemente chefes tirânicos, cujo reconhecimento busca obter; o terceiro descobrirá que sente por seu marido ou esposa o mesmo que sentia por sua mãe (sim, é errada a opinião de que uma mulher escolhe um marido que seja como seu pai, e um homem escolhe uma esposa que seja como sua mãe). , Isso não é sempre o caso). E é tudo uma questão de nossa conexão com nossos pais.⁣⁣❤️Levamos nossos relacionamentos com as figuras parentais por toda a vida, e isso é normal. Mais precisamente, simplesmente não pode ser de outra forma. Portanto, não adianta procurar uma receita universal para a separação, é preciso estudar sua própria história e cada um terá sua receita;.⁣⁣