I'm not a robot

CAPTCHA

Privacy - Terms

reCAPTCHA v4
Link



















Original text

Ouvindo mais uma vez “para seus pais vocês sempre serão crianças (em outras versões - pequenos)”, mal consigo reprimir o desejo de objetar: filhos, filhas - sim, mas não filhos e certamente não é pequeno. Esta pequena mas muito significativa nuance determina toda a política de relacionamento entre filhos e pais - no mínimo e no máximo - afeta o desenvolvimento e a separação da criança dos pais. O que eu quero dizer? Esta frase comum revela não apenas um comovente apego ao filho, mas também o despreparo dos pais para o fato de que esse filho cresce, amadurece, se afasta e abandona os pais. Despreparo para o fim de uma relação simbiótica. Ou seja, a mãe de um adulto, lembrando-lhe, meio brincando, que para ela ele sempre será uma criança, parece dizer: você nunca será um adulto. E em quem, senão na mãe, esse filho adulto deveria confiar. Aqui chego perto de um problema muito comum ao qual nem sempre se dá atenção, a saber: o crescimento de um pai com um filho. Um pai suficientemente sensível, calmo, autoconfiante (em oposição a um pai ansioso, intrusivo e preocupado) e bem reflexivo navega facilmente pelo ambiente e aceita facilmente sinais de uma criança em fase de amadurecimento sobre o alcance de seus poderes, bem como o alcance aumenta o número de responsabilidades, o grau de desenvolvimento, a autoconsciência e as capacidades sociais, físicas e mentais. E esse bom pai cresce com o filho: ele é flexível e, portanto, muda as regras, amplia a lista de temas e ações permitidas e proibidas, enfim, é capaz de responder às mudanças do filho e se adapta e se ajusta facilmente o ambiente que rodeia a criança Quanto menor for a criança, mais fácil será acompanhar o seu crescimento e maturação mental e, portanto, mais fácil será responder a eles. Portanto, se um bebê de um ano e meio sente necessidade de usar uma colher por conta própria, essa oportunidade deve ser dada a ele, embora a perspectiva de lavar tudo ao seu redor pareça improvável. O mesmo se aplica às demais aspirações do bebê: vestir-se sozinho, ainda que devagar, escovar os dentes de alguma forma, ajudar na cozinha, decorar a árvore de Natal. São aquelas ações simples e conhecidas que visam a conquista da independência. De uma forma ou de outra, toda mãe incentiva sua implementação. Porém, em algum momento, a criança exige mais espaço e mais autoridade: ela, junto com os adultos, quer decidir como passar o fim de semana, o que assistir na TV, o que almoçar, quando passear, o que comprar na loja, etc. A lista está em constante expansão. Além disso, as preferências de gosto mudam, os horários de sono aumentam, novos interesses aparecem e o caráter se fortalece. E aqui os pais muitas vezes cometem erros: incomodam o filho, apelando para a sua tenra idade: não é seu direito decidir em igualdade de condições com os seus pais. Isto é especialmente verdadeiro para pais ansiosos com limites vagos e pouco claros: é muito difícil aceitar o fato de que a ordem normal da vida é perturbada e você tem que depender da opinião de outra pessoa, diferente da sua. Portanto, referir-se a uma idade jovem é a desculpa mais conveniente. Com o tempo, é claro, a autonomia da criança aumenta. Sua diferença em relação aos pais também aumenta, suas necessidades e círculo de influência aumentam: ele constrói seus próprios limites, que protege com a ajuda de “Eu quero ou não quero”. O pai pode continuar a decidir pelo filho, impondo seu ponto de vista. Em geral, não importa de que maneira ele faz isso: despótico ou brando, persuasivo. A mensagem é apenas uma: deixe tudo continuar do meu jeito, como antes. Algumas crianças, pelo seu caráter, são capazes de se rebelar: podem defender o seu direito à sua opinião, mas para outras é mais difícil, e essas crianças comerão humildemente das mãos da mãe, concordarão em passear aos 11 horas, embora seu desenho animado favorito esteja passando nesse horário. Afinal, a mãe tem poder e amor, fáceis de manipular. Com isso, a criança não só desaprende a ouvir seus desejos, mas também entende: sempre há uma figura que é mais importante que ela mesma..