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Provavelmente não existe pessoa que não tenha experimentado o estado de se apaixonar pelo menos uma vez na vida. A sensação de felicidade, fuga, plenitude de vida não é uma lista completa de experiências que descrevem esse estado. Aparece uma pessoa que atrai sentimentos, desejos e pensamentos. O tempo se mede pelos encontros possíveis, a alegria de viver se mede pelos olhares e toques. Surge a ilusão de encontrar o seu ideal: “Ele é exatamente como eu sonhei, tem exatamente os olhos que eu gosto, para ele é importante a mesma coisa que para mim, nos entendemos perfeitamente”. A concretização de um sonho é o que importa aqui: “...meu sonho... imagem favorita... os mesmos pensamentos.” Tudo isso é uma projeção do “eu” de alguém sobre o outro. A projeção é a atribuição de propriedades inerentes a si mesmo a outra pessoa. A projeção ocorre no início do contato, quando ainda há poucas informações sobre a pessoa com quem o relacionamento está sendo estabelecido. Por exemplo, alguém gosta muito de sua aparência e então apreciará a beleza e o cuidado de outras pessoas. Porém, pode ser diferente: alguém sonha com uma figura esbelta, então ficará facilmente fascinado por pessoas com aparência de modelo. A projeção pode ser expressa através do destaque de características semelhantes (ele é igual a mim), ou refletir desejos secretos (. ele é do jeito que eu quero ser) O mesmo acontece quando são atribuídas qualidades pessoais. Por exemplo, com base em uma característica “ele é gentil, adora animais”, chega-se a uma conclusão sobre outras características. “Se ele ama os animais, isso significa que ele ama as crianças, porque eu amo os animais e as crianças.” Acontece que se ele é como eu, então ele deveria sentir, pensar e agir da mesma maneira. Pode surgir a questão de por que homens fortes e durões geralmente gostam de mulheres fracas e suaves. A resposta a esta pergunta pode ser encontrada entre os defensores de C. G. Jung, que notam a presença de traços femininos (anima) nos homens e masculinos nas mulheres (anime). Além disso, em cada homem forte existe uma criança pequena que precisa. aceitação e apoio. A mesma criança pode dar isso (brincar junto, brincar, ser irresponsável). Portanto, o homem projeta esse filho na mulher. Ele vê nela uma criatura fraca com quem quer brincar, ser despreocupada, alegre. Algo semelhante acontece com uma mulher. Ela projeta seus traços fortes em um homem. A mulher dota o seu escolhido de determinação, coragem, inteligência, que ela não vê em si mesma. Muitas vezes ela atribui a um homem qualidades das quais ela mesma é dotada, mas por algum motivo não consegue demonstrar. É assim que aparecem as mulheres que ensinam aos seus homens como administrar um negócio, construir uma carreira ou escrever uma dissertação. Aqui, talvez, valha a pena notar a diferença entre apaixonar-se e atração física. Atração tem mais a ver com fisiologia do que com psicologia. Se um homem se sente atraído por mulheres bonitas e essa atração termina após a intimidade física, não há por que falar em se apaixonar (sentimento), é um instinto (sentimento). A sensação difere do sentimento porque capta um mínimo da consciência humana: existe um objeto de atração (estímulo), existem ações que visam alcançá-lo (energia), existe um resultado (descarga de energia). Ao mesmo tempo, não há interesse pelo mundo interior de outra pessoa, não há necessidade de se abrir para ela. O estado de paixão está associado a sentimentos. Há um desejo de contar a outra pessoa sobre você, bem como de ouvi-la, alegrar-se e sofrer com ela. Nesse estado, a pessoa supera a proximidade, a solidão e os sentimentos não correspondidos. Portanto, apaixonar-se costuma ser acompanhado de ansiedade, dúvidas e medo da rejeição. A projeção permite superar esses sentimentos, enfatizando as semelhanças. Além disso, a “química do amor”, a ação da serotonina (o hormônio da felicidade) também reduz o medo. As diferenças não são percebidas ou não recebem importância. No estado de amor há muito pouco contato real com uma pessoa real. Apaixonar-se é comunicação consigo mesmo, uma projeção do próprio “eu”. É por isso que tantos amores terminam em decepção Quando um amante descobre..