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É sobre como as mensagens duplas penetram em todas as estruturas possíveis de educação e comunicação e dividem a psique. “Fica aí, vem cá”, “Vá dormir, você está cansado”, “Nunca ouse levantar a voz para os outros!!!”, “Oh minha cebola”, “Quem você ama mais, mamãe ou papai?” , “O que você queria, é culpa sua!” - são frases desesperadoras em que uma mensagem se sobrepõe à anterior e não está claro em que acreditar. Ou seja, não posso levantar a voz para os outros, mas você pode gritar comigo e eu não posso fazer nada. Mensagens duplas dividem a personalidade e a colocam em estado de estupor. Em vez de reagir, a pessoa começa a duvidar: “Talvez eu esteja realmente fazendo algo errado comigo? E ele se acostuma com a sensação de “não ser assim”, e não fica claro o que significa ser “assim”. Na vida cotidiana, você pode realizar um experimento. Dizer “eu te amo” enquanto pensa silenciosamente sobre o ódio, ou “que perdedor você é” com uma entonação de cuidado. Você pode usar sua imaginação e criar uma variedade de designs em que um significado se sobreponha ao anterior, o principal é tratar isso como um jogo e não se matarem durante o exercício. Em que acreditar? Palavras ou entonações? O que você está observando? E se você é um adulto, capaz de pensar lógica e criticamente, e então não, não, você cai nessa armadilha, então como é para uma criança para quem a mãe e o pai são o mundo inteiro? A filhinha chega até o pai, mostra seu primeiro desenho, e o pai assiste futebol e acena com a cabeça: “Sim, sim, lindo, muito bem”. A filha vê que o pai não liga, mas ele parece elogiá-lo - quem está errado? Essas frases prejudicam muito a autoestima (com aquela sensação tóxica de que algo está errado com você, mas o que exatamente não está claro), além de desenvolverem falta de sinceridade pelo fato de você ter que entender constantemente os contextos. Entrando no estupor, a pessoa, desde a infância, não aprende a esclarecer, esclarecer o que exatamente se quis dizer e por isso toda vez que tenta captar o sentido do que foi dito, compreendê-lo e se adaptar. Essa qualidade é especialmente desenvolvida nas mulheres; o escapismo é mais típico dos homens (recusando-se a tentar descobrir o que isso significava e entrando no mundo da fantasia). O modelo de tais relacionamentos está consolidado e se manifesta nas relações adultas. Na psicoterapia surgem com bastante frequência exemplos de mensagens duplas. Quando o cliente diz: "Estou bem. Não há nada de errado comigo", sua perna direita se contrai e os músculos do pescoço ficam tão tensos que as veias ficam visíveis. E aí, como psicoterapeuta, eu paro e presto atenção no fato de que o corpo da pessoa está reagindo a alguma coisa, e começo a desacelerar e parar o cliente nesse processo. E aos poucos vamos nos aprofundando na essência da experiência e entendendo o verdadeiro significado da mensagem do cliente.