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As mães de crianças especiais muitas vezes me procuram para consulta; seus pedidos variam, mas uma coisa permanece a mesma: a relação de co-dependência entre mãe e filho. A codependência parental manifesta-se mais frequentemente em famílias com crianças em idade pré-escolar e escolar primária. Mas quando se trata de famílias com crianças com deficiências de desenvolvimento, a idade nem sempre importa. Nas relações co-dependentes, existe um forte desequilíbrio no cuidado: o pai está excessivamente envolvido na vida da criança e está pronto para cuidar dele, apoiá-lo ao menor estresse, criando assim todas as condições para a infantilidade e imaturidade da criança. Muitas vezes, os pais percebem seu próprio filho de maneira inadequada e não têm consciência do estilo de relacionamento com ele, especialmente quando se trata de deficiência. Além do desequilíbrio de cuidados, nessas relações há problemas de limites: os pais são inconsistentes em suas exigências, as regras podem mudar a cada dia. Nesta forma de parentalidade, os pais parecem amar e cuidar abnegadamente dos seus filhos, mas, na realidade, os pais podem ser excessivamente sensíveis ao humor dos filhos e criar uma dinâmica de relacionamento pouco saudável que pode prejudicar os seus filhos a longo prazo. Essas pessoas tornam-se psicológica e emocionalmente dependentes da criança. Os pais codependentes tendem a acreditar que nunca estão errados. Eles também nunca pedem desculpas ou assumem a responsabilidade pela situação que criaram, porque admitir o erro prejudicaria a sua credibilidade. Além disso, esses pais acreditam ingenuamente que o mundo inteiro “deve” a eles, porque temos um filho com deficiência, fomentando a mesma opinião em seus filhos. O comportamento codependente dos pais não permite que a criança se comunique livremente com seus colegas e outras pessoas, especialmente se alguém ofende seu filho, e bloqueia qualquer uma de suas tentativas de ser independente. Como resultado, a criança não percebe de forma adequada as dificuldades naturais do dia a dia, não sabe como enfrentá-las sem ajuda externa ou tomar as decisões corretas no caso de uma situação difícil. Com o tempo, ele se transforma em uma pessoa infantil, indecisa, tímida, vulnerável, melindrosa e insegura. O controle excessivo e constante por parte dos pais e a restrição da atividade da criança agravam sua tendência à cautela, ao autocontrole e à autopreservação. Essa criança escolhe atividades de entretenimento passivas como suas atividades favoritas: assistir programas de televisão, brincar no computador e no telefone, relaxar no sofá. Ele não pensa no que acontecerá amanhã e expressa seus desejos situacionais. Motivos para autoaperfeiçoamento e autorrealização raramente são observados nessas crianças. É importante reconhecer a parentalidade co-dependente numa família, pois pode deixar cicatrizes emocionais duradouras nas crianças e afectar as suas relações quando adultos. As pessoas codependentes podem fazer melhor se procurarem ajuda profissional sobre como gerir melhor a si mesmas e não sobrecarregar os seus filhos com a responsabilidade pelo seu bem-estar. O caminho da co-dependência à autonomia é longo, mas com muito trabalho compensa.!